13 de ago. de 2009

Lula e o Papa Alexandre VI

Rodrigo Bórgia, conhecido como Papa Alexandre VI, foi o primeiro Papa Espanhol, cujo o pontificado começou em 1492.

Um Papa sem escrúpulos, teve inúmeras amantes, três filhos reconhecidos, dentre os quais Cesar Bórgia, que foi retratado como o príncipe perfeito por Maquiavel em seu famoso livro "O Príncipe".

Foi um Papa ardiloso que tratava os inimigos com crueldade e praticamente unificou os estados papais na Península Itálica.

Usou de seu filho, Cézar para expandir seu domínio através de incursões pelas cidades estados da Itália.

Arranjou casamentos, favoreceu aliados com decisões Papais, matou inimigos e até hoje é reconhecido por sua habilidade política.

Contudo, em determinado período de seu papado, um de seus filhos, Juan, foi envenenado e morto, o que fez com que Alexandre caísse em profunda depressão.

Estava certo que Deus o havia castigado pelos inúmeros pecados carnais e que a morte de seu filho era um aviso para que o papa realizasse as reformas na Igreja de Pedro.

Alexandre, diante de toda a dor causada pela perda do filho, estava decidido a mudar a igreja.

Acabaria com os relacionamentos amorosos dos cardeais, as festas, os gastos excessivos do Vaticano, as orgias com homens e mulheres, enfim colocaria a igreja em seu verdadeiro caminho, caminho que ele ajudou a desviar.

Recebeu Cardeais com idéias progressistas, como celibato, vida na simplicidade, fim das ostentações e seguir uma vida de doação e não usufruto da condição.

as discussões continuaram, mas o espírito de Alexandre já havia digerido a morte do filho e as mudanças começaram a lhe parecer estranhas.

Por fim, achou que tinha tomado a decisão pelas reformas em momento febril e que dali em diante só tomaria decisões quando não estivesse sob influência de algum acontecimento.

Achou mesmo que estivesse louco quando propôs a reforma pois não sabia como viveria sem as belezas proporcionadas pelo papado e as mulheres que lhe rodeavam.

Lula foi um sindicalista que na década de 80 comandou greves em pleno regime militar. Correu riscos por ideais de inúmeros trabalhadores.

Disputou a presidência duas vezes defendendo estes ideais. perdeu as duas vezes.

Na terceira vez decidiu mudar para vencer e venceu.

Abrandou a fisionomia, mudou o discurso, transformou-se em um presidente de todos os brasileiros (sic).

Hoje, os banqueiros o adoram, os políticos donos de currais eleitorais o adoram.

O congresso continua com os 300 picaretas que ele denunciou, só que hoje são a tropa de choque do governo.

A comparação com o Papa alexandre se faz no sentido de que este trilhou um caminho obscuro, contudo em determinado período de sua vida, diante de uma situação extrema, cogitou mudar, mas voltou ao antigo caminho que trilhara.

Lula trilhava um caminho democrático e de mudança estrutural da sociedade brasileira, mudou para chegar aonde poderia realizar o seu projeto inicial, contudo acomodou-se diante de bajuladores, das benesses do poder e da popularidade alcançada por um dos únicos projetos que lembram o seu caminho pela mudança da sociedade .

O que se espera é que como Alexandre, a contario sensu, Lula volte ao caminho originário e realize as mudanças almejadas, dentre as quais, redistribuição efetiva da renda, acesso á educação e saúde e formação de uma sociedade justa e igualitária. (o que inclusive está exposto na Constituição Federal)

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