30 de dez. de 2010

O exemplo de Lula deveria ser seguido pelos mandatários do esporte brasileiro

Por Mauro Cezar Pereira no espn.com.br
Na página 2 da Folha de S. Paulo de hoje, a coluna de Fernando de Barros e Silva tem o título "Lula, democrata". O jornalista destaca aspectos positivos do período em que o petista está na presidência e frisa que ele vai sair do cargo com mais de 80% de aprovação popular: "E deixa porque recusou a tentação do terceiro mandato", reforça — aqui o link para o texto na íntegra.

Tenho lá minhas decepções com Lula. Votei nele em 1989, mas não o elegi nas duas vezes em que saiu vencedor, tampouco dei meu voto aos seus rivais tucanos, algo fora de cogitação. Mas tenho que concordar com o articulista da Folha: Lula poderia ter seguido no cargo, era só querer, o resto, os outros fariam naturalmente por ele.

Sim, um sinal verde de Lula para seus pares e viveríamos um enorme movimento por uma mudança na legislação que permitisse sua terceira eleição consecutiva. Um plebiscito, talvez. E há jurisprudência. Fernando Henrique Cardoso se beneficiou de uma emenda constitucional para vencer um segundo pleito seguido, tornando-se o primeiro presidente brasileiro reeleito.

Claro que Lula teve preponderante papel na vitória de Dilma Rousseff, sua candidata em 2010. E é evidente que podemos questionar sua administração em vários aspectos, como no esporte. Ele apoiou Copa e Jogos Olímpicos no Brasil, aliando-se a cartolas dos mais abomináveis. Se havia esperanças de mudanças no setor com ex-operário no poder, elas rapidamente sumiram.

Lula sai e Carlos Arthur Nuzman segue na presidência do Comitê Olímpico Brasileiro, que ocupa desde 1995, quando o petista ainda perdia para os tucanos nas urnas. Faz tempo. E mais tempo ainda faz que Ricardo Teixeira preside a Confederação Brasileira de Futebol. Ele lá está desde 1989, época na qual Lula perdia eleição para Fernando Collor!!!

Muita coisa mudou, menos o comando das mais importantes instituições esportivas do país, o COB e a CBF. Lula ficou próximo desses cartolas, virou parceiro, abriu os cofres para o Pan do Rio em 2007 e indiretamente faz o mesmo visando a Copa de 2014. Pena que nos muitos momentos próximos dessa gente, Lula não tenha aproveitado para lhes ensinar a serem... democratas.

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