19 de abr. de 2011

Marcianos, um filme sobre a dívida externa argentina

Por Gisele Teixeira no blog do Noblat



O canal de televisão argentino Encuentro transmite hoje à noite a primeira parte de um feito inédito: o primeiro desenho animado sobre o endividamento público.
A série se chama Marcianos e foi elaborada pelo Museu da Dívida Externa (sim, há um museu sobre o tema aqui!) da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires.
Na trama, um grupo de três extraterrestres chega a Terra “mil anos tarde”, quando todas as formas de vida já desapareceram em conseqüência de uma hecatombe nuclear.
Os ETs recorrem a uma “brecha espaço-temporal” para abduzir um economista argentino, que explica a eles o principal fundamento do fim da humanidade: a Dívida Externa.
A série, que tem seis capítulos de 25 minutos e será transmitida todas as terças-feiras, às 22h30, é uma adaptação para a TV de uma coleção de quatro histórias em quadrinhos sobre o tema, publicada anteriormente também pela Faculdade de Economia e distribuída em entidades educativas.

Os títulos são "D.E.U.D.A.", "En D.E.U.D.A.dos", "Canje: Deuda x Educación" e "Un intruso en la familia". Em uma delas, por exemplo, o FMI é um galã americano (Francis) com más intenções que se apaixona pela filha de um empresário argentino. O objetivo, claro, é ficar com o negócio que, ao final, ele levará à ruína.
Os quadrinhos foram inspirados no livro “La Deuda Externa explicada a todos (Los que tienen que pagarla)” de Alfredo Eric Calcagno e Eric Calcagno, e podem ser encontrados no Museu da Dívida Externa, localizado no subsolo da Faculdade de Ciências Econômicas (Uriburu 763).
Embora o museu não esteja entre os mais famosos de Buenos Aires, vale a visita, especialmente para os que querem entender a história econômica desse país que, convenhamos, não foi nada fácil.
A história do endividamento da Republica Argentina é apresentada em quatro salas que contem mais de 1,2 mil documentos e objetos sobre o assunto.
Desde o primeiro empréstimo tomado pelo país, em 1864, e o ingresso ao Fundo Monetário Internacional, em 1956, passando pelo endividamento produzido a partir da ditadura militar e o recrudescimento na década de 1990, até o início da recuperação econômica, a partir de 2003.
São imperdíveis as estatuetas de São Caetano, que ilustram o problema do desemprego, a sala temática do FMI e o painel com as notícias que saíram na imprensa durante o governo de Carlos Menem. O museu abre de 12h às 20h, de terça à sábado. No site www.museudeladeuda.com.ar também se pode encontrar muita informação.

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