31 de mai. de 2011

Em 25 anos, só 1 a cada 13 assassinatos no campo foi julgado

Dayanne Sousa no Terra Magazine

Apenas um em cada 13 casos de assassinatos no campo no Brasil vai a julgamento, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra. Nos últimos 25 anos (entre 1985 e 2010), a entidade contabilizou 1.186 ocorrências em que agricultores e lideranças camponesas foram mortos. Ao todo, somente 91 casos foram julgados e, na maioria das vezes, ninguém foi condenado.
Em algumas das ocorrências, há mais de uma vítima: ao todo, são 1.580 mortes nesse período. Só em 2010, foram 34 óbitos, mais da metade no Pará, o Estado mais violento.
A impunidade é apontada pela Pastoral da Terra como a principal causa da violência no campo. Mesmo que só 7% dos casos de homicídio nestes 25 anos tenham sido analisados pela Justiça, dentre esses, menos da metade teve mandantes condenados. Em apenas 21 dos 1.186 casos, os responsáveis por encomendar o crime foram condenados.
Ainda assim, a condenação não significa que os autores estejam cumprindo pena. Só no Pará, segundo a CPT, ao menos nove mandantes de homicídios no campo condenados pela Justiça estão soltos. Alguns foragidos, outros aguardando o julgamento de recurso em liberdade.

Se considerados os executores do crime, ou seja, pistoleiros contratados, o número de condenações é maior. Nestes 25 anos, foram 73 sentenciados. Outros 51 foram julgados por homicídios e absolvidos.
Pará
Apesar de falar abertamente que vivia sob ameaças, o líder extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva foi assassinado na terça-feira (24) em Nova Ipixuna, sudeste do Pará. Foi morta também sua mulher, Maria do Espírito Santo.
Na mesma semana, no sábado (28), o assentado Herivelto Pereira dos Santos foi morto no mesmo local. Ele seria uma das testemunhas no caso dos homicídios dos extrativistas José e Maria. A polícia, entretanto, descartou elo entre os dois crimes, avaliação rechaçada pela CPT.
Pouco antes, na última sexta-feira (27), havia sido assassinado em Roraima o líder camponês Adelino Ramos, um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara ,de 1995.

Um comentário:

  1. Entendo que o interesse de usurpar do camponês o direito de pelo bem da terra, muitos dos nossos parlamentares que têm algum interesse em explorar a região, não leva a sério os atos de atrocidade que as populações ribeirinhas, agricultores de pequenas comunidades familiares vivem nas mãos abultres que lá exploram ilegalmente as terras que por vezes nas brechas das leis foram roubadas dos pequenos agricultores que lá vivem. Nós vivemos no Sudeste, Centro-Oeste, Sul do País como se nada estivesse acontencendo, no norte e Nordeste, porque a indiferença nos sega. Abramos nossos olhos e sejamos solidários á pessoas e famílias, vamos unir nossas insatisfações, diante da insensatez dos nossos parlamentares em criar leis de que nada beneficia as vitimas neste nosso País. Queremos novas Leis e que funcionem e não mascarem os crimes de Nossa PÁTRIA AMADA!

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