15 de jul. de 2011

A relação perniciosa dos governos com o mercado financeiro

Em coluna publicada no Blog do Noblat, a qual somente citarei a parte que interessa para este post, posto que o colunista Merval Pereira não é das fontes mais aprazíveis para um comentário sobre a atuação perniciosa do mercado financeiro.
Discorrendo sobre o aumento do teto da dívida americana, o colunista entrevistou um ex diretor do Banco Central Brasileiro, o qual afirmou:
"O economista Paulo Vieira da Cunha, ex-diretor do Banco Central e que hoje trabalha no mercado financeiro em Nova York, lembra que, se não acontecer um acordo — que ainda precisa ser detalhado —, o inacreditável, do ponto de vista político, é que o governo deixaria de pagar os cheques das aposentadorias, entre outras coisas, mas teria que continuar negociando a dívida."
Ou seja, se não existir o acordo entre republicanos e democratas o Governo continuaria abastecendo os cofres dos financistas e deixaria de pagar os cidadãos comuns.
O absurdo da informação choca, mas clareia a situação em que vivem os Estados, que cada vez mais são reféns da banca internacional.
O recente acordo da Grécia expôs os melindres das negociações internacionais que nunca visam salvar os Estados da bancarrota e sim garantir os pagamentos dos credores. Os corte sociais são intensificados para que o investidor receba os valores, os quais na maioria extorsivos.
O pior é que os comentaristas de plantão que fazem o jogo do mercado cobram aumento de juros, cortes sociais, trabalhando exclusivamente para o mercado exponenciar lucros.
Assisti um filme americano, cujo nome é Grande demais para quebrar(vídeo abaixo), que narra as peripécias dos bancos na crise de 2009.

Na parte final do filme o governo Obama está reunido com todos os grandes banqueiros americanos oferecendo um pacote generoso de 120 bi de dólares para ajudá-los. Os bancos eram os culpados pela crise e o governo estava oferecendo dinheiro dos contribuintes para eles, comprando ações destes, sem poder de voto ou gerência sobre as instituições, ou seja, bancando-os.
O engraçado é que os grandes bancos ainda fazem exigências e condicionam o recebimento do dinheiro a estas,  o que é prontamente aceito pelo governo. Inclusive a cena dos representantes do governo tensos e depois vibrando porque os bancos aceitaram o dinheiro é no mínimo esclarecedora quanto a subserviência dos Estados aos bancos.
O capitalismo praticado hoje pela banca internacional trará consequências desastrosas para futuro. A falta de comprometimento ético, afastamento das relações humanas do ambiente de negócios e a busca do lucro de qualquer modo sem preocupação com os desdobramentos sociais da opção, causarão a progressiva deterioração da sociedade, com reflexos na educação, saúde e segurança das gerações futuras. Será isto o fim da sociedade como conhecemos?





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